terça-feira, 28 de junho de 2011

Construir mais por menos


O refúgio sustentável criado pelo arquiteto Adriano Mattos é para lá de inusitado. A casa de 33,5 m² fica num bairro afastado da grande Belo Horizonte (MG), próximo a uma área preservada. De acordo com ele, o custo total dos materiais utilizados na obra foi de aproximadamente R$ 19 mil - isso mesmo! "A economia começa na estrutura. O gasto foi zero com terraplanagem e preparação do solo", explica. E mais um feito: a casa foi construída por Mattos e Carlos, o marceneiro, em apenas três meses.




O deque é de madeira paraju que são baratas e não necessitam de tratamento para ficarem expostas ao clima



Nova cobertura
O teto foi criado com telhas de metal e quatro caibros de paraju. As faixas metálicas foram arqueadas por um cabo de aço e presas aos perfis. "Entre as telhas e o forro da casa o ar circula livremente, o que gera conforto térmico e acústico", conta Mattos. Beirais largos ajudam a proteger as paredes de chuva e sol, e a posicão da casa privilegia a face norte.




A estrutura
Mínimo impacto e respeito ao entorno eram as prioridades. Por isso, o arquiteto reaproveitou uma pequena fundação preexistente para apoiar a nova casa. Pedaços de cano de PVC foram usados como forma para a confecção da sapata (com 60 cm de profundidade) e ainda isolam os pilares de madeira da umidade. "Os perfis são os mesmos usados em telhados comuns, por isso baratos e fáceis de encontrar", comenta o profissional.
A plataforma formada pelo deck avança em direção à paisagem, fornecendo contato direto com a natureza






Impacto visual e geração de renda
As paredes são de compensado de madeira com 18 mm (da GethalFilm). "Geralmente, são usadas como fôrma de concreto e produzidas em larga escala, por isso seu valor é acessível", diz Mattos. As placas são protegidas por uma película impermeável e resistente à abrasão. A casa foi modulada para que as chapas se encaixassem na estrutura sem nenhum corte. "Elas foram conectadas com perfis em "T" e cantoneiras de alumínio", explica. As grandes esquadrias, feitas por pequenas serralherias da região, permitem entrada de luz. "O sustentável vai além dos materiais. É preciso pensar no todo, desde o projeto até a movimentação do mercado local", aponta o arquiteto.



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